quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Lei Maria da Penha completa 12 anos e média diária de denúncias cresce

Doze anos de proteção ampliada, mais denúncias e mais conscientização. O aniversário da Lei Maria da Penha – sancionada em 7 de agosto de 2006 e reforçada em 2015 pela Lei do Feminicídio – representou avanços no combate à violência doméstica e de gênero. Mas as marcas negativas teimam em chamar mais a atenção para a data. Marcas como as deixadas no corpo da advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, que antes de morrer ao cair do prédio em que morava, em Guarapuava (PR), foi agredida por mais de 20 minutos pelo ex-companheiro Luís Felipe Manvalier, de 32, sem que ninguém denunciasse. Marcas como as sofridas pela cabeleireira Tatiane Rodrigues da Silva, de 30 anos, morta a facadas na madrugada de ontem em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em crime atribuído ao ex-namorado, Hamilton Ezequiel da Silva, de 33, que já havia ficado 60 dias preso por agredi-la.

Segundo o contador de violência física ou verbal contra a mulher, que foi inaugurado no aniversário de 11 anos da lei e se baseia na média de casos registrados a cada dois segundos, pelo menos 24 mil mulheres já passaram por algum tipo de agressão até o começo da tarde desta terça. 



O segundo caso de grande repercussão no país foi a agressão sofrida pela estudante Whailly Michele Mendes da Silva, de 24 anos, esfaqueada 13 vezes pelo ex-namorado, Maycon Felipe de Oliveira Francisco, de 19 anos, em Ibitiúva, interior de São Paulo. Ao contrário das vítimas anteriores, Whailly sobreviveu e está internada em situação estável no hospital. 

A Lei nº 11.340 leva o nome da farmacêutica cearense Maria da Penha, atualmente uma das principais ativistas na luta pelo fim da violência contra a mulher. Ela foi vítima do próprio marido e ficou paraplégica após as agressões sofridas dentro de casa. O termo ‘feminicídio’ foi instituído nos Boletins de Ocorrência de Pernambuco em 4 de setembro de 2017. 

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