Movida pela fé e devoção a Padre Cícero, uma família de romeiros decidiu ir caminhando de Pernambuco a Juazeiro do Norte, no interior do Ceará, para agradecer pelas graças recebidas e cumprir as promessas feitas ao santo popular. Ao todo, foram 18 dias na estrada, de Altinho, município pernambucano, até a cidade cearense. O trajeto soma aproximadamente 503 Km de distância.
O grupo chegou ao destino na noite do dia 31 de dezembro e passou a festa de Réveillon agradecendo pelo trajeto ter sido feito conforme o planejado. As vestes escolhidas foram na cor marrom, em homenagem a São Francisco, azul, referência à Nossa Senhora das Dores, ou ainda de branco, cor de preferência da mãe, quando vinha a Juazeiro do Norte, no Ceará.
“A minha mãe tinha uma dor muito forte e eu fiz uma promessa ao meu 'padim', Padre Cícero: ‘se ela ficasse boa, eu vinha a pé”, recorda Josefa Quintino, de 55 anos, a mais velha do grupo. “Ela melhorou, criou todos nós e, depois, Deus a levou. Agora, viemos pagar a promessa”.
Trajeto em Família
Junto com ela, o filho, Romero Santos; a nora Maria Eduarda e a até a neta, a pequena Sara Fernandes, de apenas 9 anos, decidiram encarar a caminhada.
“Serve de aprendizado. No caminho, nós encontramos pessoas de boa fé e de má fé. Algumas pessoas davam almoço e até janta, deixavam a gente descansar. Eu peço a Deus que ele abençoe quem nos ajudou e também quem não ajudou”, ressalta o artesão, Romero Santos.
Romero e a esposa, Eduarda, usaram marrom, em homenagem a São Francisco. Dona Josefa, branco, recordando a mãe, que sempre escolhia esta cor ao vir a Juazeiro do Norte. Já a pequena Sara, decidiu usar azul, homenageando Nossa Senhora das Dores.
Para a dona de casa Eduarda, no entanto, o diferencial da pertinência foi poder compartilhar o momento com a família. “Vir com a família é muito importante e, no caminho, os santos dão força pra gente. Por mim, eu morava aqui, de tão bom”, conta.
Descanso Merecido
Agora, a família está acomodada em um quarto, com cama e fogão, em Juazeiro do Norte. A expectativa é que o grupo permaneça na cidade até dia 2 de fevereiro.
A volta está programada para ser feita de ônibus, no entanto, se não der, “o ‘padim’ dá força e a gente consegue”, garante Maria Eduarda.
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