domingo, 9 de junho de 2019

Oficina de produção de Alfenim fará parte da 20° Edição da Fenearte


Açúcar, água e gotas de limão. Uma receita simples, mas que promove inúmeras sensações nostálgicas através do paladar. Ao passo que derrete na boca, o doce tipicamente agrestinense com sabor de saudade, remete às tradicionais festas religiosas do interior,  ativando a exploração dos sentidos. 

Muito mais do que uma iguaria popular, o "Alfenim", seja pelo cheiro, sabor ou textura, é um “Confort Food”, ou seja, uma comida de conforto que oferece um prazeroso momento de resgate da memória afetiva.

Em muitas cidades pernambucanas, a produção do doce que conquistou o coração das pessoas, infelizmente, findou. Hoje, o município de Agrestina, no Agreste de Pernambuco, é detentor de uma das maiores produções do Estado, e mantém a tradição viva há mais de um século. 

Grande parte dos doces que são vendidos no Agreste de Pernambuco são produzidos pelos membros da família agrestinense, Zacaria Santos. O conhecimento é repassado de geração em geração, e, nessa família, já são sete gerações dedicadas ao “fazer Alfenim”. A doceira de mais de 90 anos de idade, conhecida popularmente por Dona Menininha, repassou seus conhecimentos para cinco filhos. 

Agora, o conhecimento será democratizado, e cada aprendiz, poderá ser um multiplicador de uma tradição em iminência de extinção. Oficinas de produção de Alfenim farão parte da programação da 20° Feira de Negócios do Artesanato (Fenearte), que acontece entre 03 e 14 de julho de 2019, no Centro de Convenções de Pernambuco. 

A realização é da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), através da Diretoria de Promoção do Artesanato e Economia Criativa e do Programa do Artesanato de Pernambuco (Pape). De todas as propostas inscritas, apenas 11 foram selecionadas, entre elas, o Alfenim. A proposta foi encabeçada pela Secretaria de Cultura e Turismo de Agrestina e aprovada diante dos seguintes critérios de avaliação: referência à cultura popular, relevância, singularidade, e currículo do oficineiro. 

As oficinas serão ministradas pelo agrestinense, José Otaviano, filho de Dona Menininha, nos dias 03, 04 e 05 de julho, das 14h30 às 17h30, e das 18h às 21h, e dia 06 de julho, de 13h às 16h e de 17h às 20h. Serão duas oficinas por dia, com turmas de no mínimo dez pessoas. 

Sobre o Alfenim:

O Alfenim remonta aos sabores do Nordeste Açucareiro. De origem árabe, o doce totalmente artesanal foi trazido para Pernambuco no período da colonização. Foi nas cozinhas das fazendas de engenhos que tomou sabor e formas de figurinhas que traduzem o dia-a-dia do seu povo. 


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