Foto: Renato Araújo / Creative Commons |
A conclusão do inquérito que investiga as causas do acidente que vitimou o ex-governador Eduardo Campos e mais seis pessoas, ocorrido em 2014, aponta que houve falha mecânica na aeronave Cessna 560XL. As informações foram apresentadas às famílias do ex-governador e de outras vítimas do acidente, na manhã desta segunda-feira (6), em uma reunião ocorrida no Aeroporto Internacional do Recife-Guararapes/Gilberto Freyre.
De acordo com o advogado Antônio Campos, irmão de Eduardo, o relatório do delegado Rubens Maleiner apresentado aos familiares diz que houve uma falha mecânica no compensador do profundor. Localizada nas asas traseiras, a peça é essencial para manter a inclinação correta da aeronave. “O relatório discorda da análise apresentada pelo Cenipa. Entre dez hipóteses inicialmente levantadas, restaram quatro, das quais a da falha mecânica foi a mais forte”, explica Campos. As outras possibilidades, segundo o advogado, eram a desorientação espacial dos pilotos, perda de controle após colisão com algum animal ou defeito exclusivamente no profundor.
O relatório da PF discordou da conclusão do Cenipa, apresentada em janeiro de 2016. Na ocasião, o órgão havia apontado que a queda foi ocasionada por falha humana somada às condições meteorológicas no local. Para Antônio Campos, no entanto, a hipótese de sabotagem não pode ser descartada. “Quando o relatório for apresentado ao Ministério Público Federal e perante o juiz da 5ª Vara de Santos (SP), vou fazer questões suplementares nesse sentido para serem respondidas pelo delegado”. O advogado disse que vai apresentar alguns documentos que embasam a suspeita. “Temos vários elementos fáticos que mostram que o avião esteve em oficinas e em hangares sem segurança. É possível que uma falha mecânica seja provocada (intencionalmente)”.
A Polícia Federal ainda não se posicionou oficialmente sobre o caso. Entre os familiares de Eduardo Campos presentes na apresentação estavam a viúva do ex-governador, Renata Campos, e os filhos.
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