sexta-feira, 3 de junho de 2016

Prefeito de Catende era chefe de quadrilha que causou prejuízo de R$ 5 milhões, diz Polícia

O prefeito de Catende, Otacílio Cordeiro (PSB), preso quinta-feira em flagrante pela Polícia Civil de Pernambuco na Operação Tsunami, é o principal acusado de provocar prejuízo ao erário municipal estimado em cinco milhões de reais. O prefeito liderou associação criminosa, indiciada por desvio de verbas públicas estaduais e municipais, formada também pelo filho do socialista, o Secretário de Finanças Ronaldo Alves Cordeiro. Além da operação, Otacílio responde judicialmente a uma ação de improbidade administrativa, na Justiça Federal e é proprietário de sete terrenos em diferentes cidades pernambucanas.

Os desvios foram realizados através de contratos superfaturados e crimes de licitação entre a prefeitura e empresas comandadas pelo grupo, dentre elas oposto de gasolina Canavieiro. “O posto declaradamente é de propriedade de Otacílio Cordeiro e encontra-se atualmente arrendado para Andrezza Pais da Silva, nora do prefeito e esposa do secretário de finanças, Ronaldo Alves Cordeiro”, afirmou a delegada Patrícia Domingos, titular de crimes da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos (DECASP). Uma das documentações de repasse de sociedade do posto foi assinada por um caseiro de uma das fazendas do prefeito, falecido seis meses antes.
Além do posto Canavieiro, também estava envolvida a empresa Hibi Eventos, contratada para serviços como produção de shows, limpeza de açougue público, limpezas municipais e reparo de produtos de informática, mas os serviços contratados, além de superfaturados, não foram realizados. No total, seis contratos irregulares continuam sendo investigados pela DECASP, referentes aos anos de 2011 e 2012.
O valor em espécie apreendido na operação soma mais de R$ 1 milhão, dos quais R$ 750 mil foram encontrados em espécie no andar superior da residência de Otacílio. Enquanto a parte superior da casa é mobiliada com artigos de luxo, o andar inferior servia de disfarce, aparentando uma moradia muito humilde, onde o prefeito recebia eleitores. No local foram encontradas senhas que, segundo o prefeito, são referentes à distribuição do próprio salário entre os moradores do município.
Doze pessoas foram presas na operação, acusadas de emprego irregular de verbas ou rendas públicas, falsificação de documento público, uso de documento falso, associação criminosa, crimes de licitação e lavagem de dinheiro. Ao todo foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e oito mandados de condução coercitiva. Foram também apreendidas doze armas e 170 munições, além de documentos, contratos e mídias.
 
 Do Diario de Pernambuco

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