O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 5ª feira (3.jan.2019) que estuda 1 projeto para acabar com a Justiça do Trabalho. Segundo ele, “havendo clima”, o governo deve discutir a proposta e dar prosseguimento à ideia.
“Isso daí, a gente poderia até fazer, isso está sendo estudado. E, havendo o clima, nós podemos discutir essa proposta e mandar pra frente. Nós queremos”, disse.
A declaração foi feita ao Jornal do SBT. Foi a 1ª entrevista de Jair Bolsonaro após assumir a Presidência da República. Assista a trecho do vídeo postado pelo SBT no Facebook.
Bolsonaro disse ainda que “a mão de obra no Brasil é muito cara” e que isso deve ser mudado por prejudicar o empregador.
“Você pode ver, a mão de obra no Brasil é muito cara, o empregado ganha pouco, mas a mão de obra é cara. Eu costumo dizer, né. É pouco pra quem recebe e muito pra quem paga. Devemos modificar isso aí. Alguém ganha 1 mil reais por mês e o patrão, na verdade, está gastando 2 mil”, disse.
IDADE MÍNIMA
Bolsonaro também falou sobre a reforma da Previdência, que, segundo ele, pode ser enviada ao Congresso fatiada. Segundo o presidente, a 1ª proposta a ser discutida será a idade mínima, que deve ficar em 62 anos para os homens e 57 para as mulheres a partir de 2022.
“Pretendemos, algo a ser, botar num plano da reforma da Previdência, nós passarmos a dar 1 corte até o final de 2022. Essa que é uma ideia inicial. Aí seria aumentar para 62 os homens e 57 as mulheres… Não de uma vez só, né. Um ano a partir da promulgação e 1 ano a partir de 2022, essa é a ideia”, disse.
Segundo Bolsonaro, a proposta apresentada por Michel Temer será aproveitada. “Vamos rever alguma coisa, porque a boa reforma é aquela que passar na Câmara e no Senado e não aquela que está na minha cabeça, ou da equipe econômica. E ela interessa para todos nós”, disse.
O presidente disse ainda que a reforma da a Previdência pública terá maior atenção. “O que mais pesa no orçamento é a questão da Previdência pública, essa vai ter uma maior atenção da nossa parte. E, no meu entender, vamos buscar também eliminar privilégios”, afirmou.
POSSE DE ARMA
Bolsonaro disse que Sérgio Moro deu a ideia de fazer 1 novo decreto sobre o posse de arma, que segundo ele, tratará sobre critérios que o cidadão deve seguir para comprovar a “efetiva necessidade” de ter a posse.
“O grande problema do Estatuto do Desarmamento –que nós, o povo, optou; o povo, não foi eu, eu trabalhei favorável a isso– foi pelo direito da compra de armas e munições. Então, o que acontece… ali na legislação diz que você tem que comprovar efetiva necessidade. Então isso passou a ser algo subjetivo. Então a Justiça Federal age de acordo com orientação do Ministério da Justiça… e a orientação que vem também do governo central”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, o que é de efetiva necessidade ainda está sendo definido, mas deu exemplo: “Estado, que por exemplo, o número de óbitos por 100 mil habitantes por arma de fogo seja igual ou superior a 10, essa comprovação da efetiva necessidade é um fato superado, ele vai poder comprar arma de fogo”.
Sobre o decreto que permitirá a posse de arma, Bolsonaro disse que o texto dará“flexibilização”.
CASO DE EX-ASSESSOR DE FLÁVIO
Bolsonaro foi também questionado sobre o caso de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) –filho do presidente. O presidente disse que “não tem nada a ver com essa história”.
Disse ainda que emprestou a Fabrício Queiroz R$ 600 mil e a movimentação a ponta, na verdade, transferência de 10 cheques de R$ 4 mil.
“Eu o conheço desde 1984, ele foi meu soldado na brigada paraquedista, foi trabalhar no gabinete do meu filho, deputado estadual. Sempre gozou de toda a confiança minha e mais de uma vez eu já havia emprestado dinheiro a ele. Eu já emprestei dinheiro pra vários funcionários também… Eu dou essa liberdade, não vejo nada demais nisso aí, não cobro juros, nada. Ele falou que vendia carros, eu sei que ele fazia rolo… Mas, agora, quem vai ter que responder por isso aí é ele”, afirmou.
Fabrício Queiroz foi citado em 1 relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) por movimentação suspeita de dinheiro na conta bancária. O relatório aponta que o ex-assessor teria movimentado R$ 1,2 milhão, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Uma das transações, 1 cheque de R$ 24.000, foi destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
“Agora o Coaf fala em movimentação atípica, isso quer dizer que seja ilegal, irregular. Agora outra coisa que tem que deixar bem claro, não são 1,2 milhão de reais, são 600 mil reais”, disse.
Do MSN
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