O deputado estadual eleito, Delegado Lessa (PP), foi entrevistado na tarde desta quinta-feira (27) na CBN Caruaru. Ele disse que o mandato que se inicia em 1º de fevereiro terá a segurança como a principal bandeira, como foi prometido na campanha. De acordo com o político, ele espera por um mandado participativo com a criação de um gabinete na cidade de Caruaru e atuação direta nas comunidades.
O deputado disse que a periferia e zona rural foram abandonados pela prefeitura e comentou uma frase dita pelo ex-prefeito José Queiroz (PDT) e futuro colega de Casa, que “entregou uma metrópole” a prefeita Raquel Lyra.
“A gestora atual diz que a gestão está chegando na periferia, isso não procede. Basta andar pelas ruas de Caruaru e perceber a necessidade de investimentos na periferia, e gritante. O mesmo na zona rural. O ex-prefeito diz que entregou uma metrópole, mas basta olhar o número do IDH dos últimos anos em Caruaru. Temos um dos piores índices do estado. Então que tipo de metrópole é essa?”, indagou.
Lessa ainda comentou a rivalidade entre a prefeita Raquel Lyra e o governador Paulo Câmara (PSB). Questionado sobre um possível débito do governo com a gestão em R$ 12 milhões, ele disse que vai tentar mediar o problema. “Sou oposição a prefeita e não a Caruaru. Se existe a dívida e está prejudicando a cidade, vamos tentar resolver. Mas a prefeita Raquel Lyra precisa calçar as sandálias da humildade e bater à porta do governador para buscar os recursos. Ela precisa descer do pedestal e cair em campo, explicar a Paulo Câmara as necessidades e não ficar com arestas o tempo todo”.
O Delegado comentou ainda sobre o empréstimo de R$ 83 milhões junto à Caixa para construir entre outras obras a Via Parque e disse que discorda da ação. “Tenho uma preocupação com essa obra. Ela pode dividir a cidade em quatro partes. Hoje já estamos divididos em duas, com a BR-104. Do jeito que vi o projeto, poderemos ter quatro partes. Sem falar que nenhum outro prefeito fez um empréstimo tão alto para que os demais ficassem com os recursos comprometidos. Outro ponto que discordo é usar um montante tão grande de dinheiro para uma obra de embelezamento do centro da cidade, quando a periferia precisa de atenção. É um abandono total”, disse.
Lessa ainda comentou sobre a possibilidade de sair candidato a prefeito em 2020 e não descartou alianças. “Eu sou deputado estadual e vou exercer o mandato. Em 2020 vamos conversar sobre candidatura, mas as urnas deram recados em 2016 e 2018 e tenho certeza que as oligarquias terão dificuldades em 2020. As vezes parece que se sentem donos da cidade. Lula Tôrres queria ser candidato, os Lyra não deixaram. Alberes Lopes também queria e o grupo de Queiroz não permitiu e Raffiê também queria disputar e o pessoal de Tony vetou. Isso não pode mais acontecer. Sou da base do governador e temos alianças no campo estadual. Em 2020 se existir a possibilidade de apoio vamos conversar, mas quem vier apoiar tem que ter os mesmos princípios nossos”, disse.
Sobre uma aliança entre Tony Gel e Zé Queiroz ele minimizou. “É tudo ainda no campo da especulação. Se for concretizado aí eu opino”, garante.
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